A fidelização de clientes é um dos pilares para o sucesso de empresas que desejam crescer de forma sustentável. No episódio 78 do AmplificaCast, Felipe Cavalheiro, executivo da Serasa Experience, compartilhou com Eric, da Amplifica Digital, insights valiosos sobre como acelerar a aquisição e retenção de clientes em larga escala. Mais do que atrair novos consumidores, Felipe destacou a importância de mantê-los engajados por meio de estratégias que combinam personalização, análise de dados e um forte foco na experiência do cliente.
Em um mercado cada vez mais competitivo, onde os consumidores têm mais opções do que nunca, garantir que sua base de clientes permaneça leal à sua marca é uma tarefa desafiadora, mas essencial. Este artigo explora as lições compartilhadas por Felipe e aprofunda-se em práticas que qualquer empresa pode implementar para transformar fidelização em um motor de crescimento.
O papel estratégico da fidelização de clientes
Felipe Cavalheiro enfatizou que, embora muitas empresas considerem a receita o KPI principal, isso é apenas parte da equação. Ele alertou que gerar receita de forma isolada pode comprometer a sustentabilidade do negócio, caso outros indicadores importantes sejam negligenciados.
Imagine uma empresa que aumenta os preços de seus produtos para elevar os ganhos. Essa estratégia pode trazer resultados imediatos, mas, sem analisar a base de clientes, é impossível saber se essa decisão está afastando consumidores. Felipe destacou que, além da receita, métricas como taxa de retenção e churn (percentual de clientes que deixam de usar seus serviços) são essenciais para avaliar a saúde da empresa.
A fidelização é uma das formas mais eficazes de reduzir custos e aumentar a rentabilidade. Segundo estudos mencionados por Felipe, clientes que compram mais de um produto têm até 40% mais chances de permanecer fiéis à marca. Além disso, eles geram um maior lifetime value (LTV), representando um fluxo contínuo de receita ao longo do tempo.
Análise de dados: a chave para entender o cliente
Em sua trajetória no mercado digital, Felipe Cavalheiro aprendeu que “não se gera o que não se mede”. Para ele, a análise de dados é essencial para identificar oportunidades de retenção e prever comportamentos. Ele compartilhou um exemplo de sua atuação na Serasa Experience, onde a personalização das interações com os clientes foi fundamentada no uso estratégico de dados.
Hoje, as empresas têm acesso a uma infinidade de ferramentas que permitem monitorar o comportamento do cliente, como plataformas de CRM e CDP (Customer Data Platform). Essas tecnologias centralizam informações provenientes de diferentes canais – site, aplicativo, loja física – e ajudam as empresas a criar uma visão completa do cliente.
Felipe destacou ainda que, ao analisar dados, é possível entender padrões de comportamento. Por exemplo, identificar quais produtos são mais comprados juntos ou quais canais de comunicação geram mais conversões. A partir dessas análises, as empresas conseguem criar campanhas personalizadas e aumentar as chances de fidelização.
Um caso interessante mencionado no episódio foi o de uma estratégia de retenção em uma empresa de telecomunicações. Ao mapear a jornada de seus clientes pré-pagos, a equipe identificou comportamentos comuns entre aqueles que migravam para planos mais rentáveis. Com base nesses dados, criaram uma campanha segmentada que dobrou a taxa de conversão e aumentou a retenção em quase 20%.
Personalização como diferencial competitivo
Outro ponto crucial abordado por Felipe foi a importância da personalização na experiência do cliente. Ele destacou que a personalização vai além de simplesmente mostrar um banner com base nas preferências do consumidor. Trata-se de criar jornadas específicas que atendam às necessidades individuais.
Imagine um cliente que não gosta de receber ligações. Enviar-lhe ofertas por telefone provavelmente será visto como incômodo e pode afastá-lo da marca. Ao contrário, uma abordagem personalizada pode identificar que ele prefere receber mensagens via WhatsApp ou e-mails com promoções. Essa capacidade de adaptação não só melhora a experiência do cliente, mas também aumenta a probabilidade de retenção.
Felipe também mencionou que a personalização deve ser implementada em escala. Ferramentas como Salesforce e Adobe permitem que empresas integrem dados de diferentes fontes para criar campanhas altamente segmentadas e, ao mesmo tempo, automatizadas. Assim, é possível atingir um grande número de clientes sem perder o toque individualizado.
A cultura de test and learn na fidelização de clientes
Uma das filosofias que Felipe defende é o test and learn, um processo contínuo de testes e aprendizados. Ele explicou que é impossível acertar sempre, mas o erro faz parte do caminho para o sucesso. “Erramos em oito de dez testes, mas os dois que acertamos valem muito a pena”, afirmou.
Esse modelo consiste em identificar hipóteses, testá-las em grupos controlados e analisar os resultados para ajustar as estratégias. Por exemplo, ao implementar uma nova abordagem de fidelização, como oferecer descontos em renovações de contrato, é possível medir o impacto na taxa de retenção e ajustá-la conforme os resultados obtidos.
Além disso, Felipe destacou que o uso de metodologias ágeis facilita esse processo. No modelo ágil, as equipes trabalham com ciclos curtos de entregas, permitindo implementar mudanças rapidamente. Essa agilidade é essencial em um mercado dinâmico, onde as preferências dos clientes podem mudar rapidamente.
Fidelização além do marketing: o impacto na receita
Um dos pontos mais relevantes do episódio foi a relação entre a fidelização de clientes e a geração de receita. Felipe explicou que reter clientes é significativamente mais barato do que adquirir novos. Empresas que investem em estratégias de retenção conseguem reduzir custos operacionais, já que o esforço para manter um cliente é menor do que o necessário para conquistar um novo.
Além disso, a fidelização tem um impacto direto no aumento do LTV. Clientes que permanecem mais tempo com a marca tendem a fazer mais compras, adquirir produtos complementares e, muitas vezes, se tornam promotores da marca, recomendando-a para amigos e familiares.
Felipe também mencionou que, em mercados maduros, como o de serviços financeiros, o crescimento sustentável depende mais de rentabilizar a base existente do que de buscar novos clientes. Ele apontou que, em momentos de saturação, é essencial olhar para regiões pouco exploradas ou adaptar a comunicação para diferentes públicos, como no caso do Nordeste brasileiro, onde as necessidades podem ser distintas das do Sudeste.
Tendências em fidelização de clientes
Para os próximos anos, Felipe acredita que a personalização em escala será uma das principais tendências em fidelização de clientes. Isso significa utilizar tecnologias avançadas para oferecer experiências individualizadas, mesmo em grandes volumes.
Outra tendência mencionada foi a transição para plataformas proprietárias e a adoção de CDPs. À medida que as regulamentações sobre privacidade, como a LGPD, se tornam mais rígidas, as empresas precisam depender menos de dados de terceiros e construir seus próprios bancos de informações.
Conclusão
A fidelização de clientes é um componente indispensável para qualquer estratégia de crescimento sustentável. Como mostrado no episódio do AmplificaCast, ela vai muito além de reter consumidores: trata-se de rentabilizar relacionamentos, personalizar interações e criar uma experiência que transforma os clientes em embaixadores da marca.
Com as ferramentas certas, uma cultura de aprendizado contínuo e um olhar atento aos dados, as empresas podem transformar a fidelização de clientes em sua maior vantagem competitiva. Adotar essas estratégias não é apenas uma opção – é uma necessidade para se destacar em um mercado em constante evolução.
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