No episódio 92 do AmplificaCast, Vicente Neto, CEO e Co-Fundador da EVEO, compartilha os bastidores de uma jornada de mais de 25 anos empreendendo, desde o início da internet no Brasil até liderar uma empresa em crescimento exponencial. Com insights valiosos sobre como escalar operação em tecnologia sem perder eficiência, Vicente mostra como a construção de um negócio sustentável envolve mais do que infraestrutura — exige visão estratégica, gestão de pessoas e tomada de decisões assertivas.
Da garagem ao data center
A trajetória da EVEO começou de forma quase improvisada. Vicente montou sua primeira “empresa” aos 14 anos, quando a internet ainda engatinhava. Criou um site de hospedagem com a ajuda do cartão de crédito da mãe e começou a vender planos de R$ 25. O que parecia uma brincadeira se transformou em um negócio real. Com o tempo, o número de clientes cresceu, e logo ele fundou, com o sócio Lucas, a Net Revenda.
Essa experiência deu início ao processo de entender como escalar operação em tecnologia em um ambiente ainda rudimentar, sem capital externo, sem investimento e com infraestrutura limitada — Manaus, na época, tinha uma das piores conexões de internet do Brasil.
A virada de chave: foco no mercado B2B
Um dos momentos mais marcantes da história da EVEO foi quando a empresa decidiu pivotar o modelo de negócio. Ao perceber que o varejo digital, com milhares de clientes pequenos, gerava muito trabalho e pouca margem, Vicente optou por um caminho ousado: vender toda a carteira de clientes de hospedagem compartilhada para a Locaweb e focar exclusivamente no mercado B2B.
Esse movimento exigiu uma reformulação completa da empresa. Nasceu, então, a EVEO, já com a proposta de atuar no segmento corporativo, oferecendo soluções robustas de infraestrutura para empresas de tecnologia.
Essa decisão estratégica mostra um dos pilares de quem quer escalar operação em tecnologia: foco e especialização. Ao identificar um nicho mais rentável e menos operacionalmente desgastante, Vicente preparou sua estrutura para crescer com mais qualidade.
A importância de montar um time de alta performance
Vicente é claro ao afirmar: você não escala sem gente melhor do que você ao redor. Uma das grandes lições compartilhadas no episódio é o momento em que a EVEO passou a crescer de forma acelerada, especialmente durante a pandemia. A empresa triplicou de tamanho em menos de três anos — e isso trouxe desafios gigantescos de gestão.
Nesse cenário, o fundador percebeu que precisava deixar de ser o “faz tudo” e começar a delegar. A contratação do CFO Sérgio foi o divisor de águas. Ao trazer um executivo experiente, a empresa profissionalizou sua gestão financeira, estruturou processos e ganhou previsibilidade.
Escalar operação em tecnologia exige uma estrutura de liderança robusta. Executivos com background sólido trazem não só expertise técnica, mas também um novo olhar sobre o negócio — algo que, para fundadores que começaram do zero, é essencial.
Como escalar sem perder a performance
Crescer rápido é ótimo — desde que se mantenha a qualidade da entrega. Vicente deixou claro que escalar sem performance é um tiro no pé. Para ele, o segredo está em três pilares:
Pessoas certas: contratar quem sabe mais do que você, especialmente em áreas críticas como finanças, tecnologia, marketing e operações.
Cultura de resultado: a EVEO implementou uma cultura voltada à performance. Não se trata apenas de entregar, mas de entregar com qualidade, dentro do SLA e com eficiência.
Processos e indicadores: com o crescimento, a empresa precisou de mais controle. Hoje, a EVEO trabalha com uma estrutura de indicadores em tempo real, com acompanhamento de performance por área e por executivo.
O resultado? A empresa deixou de ser dependente de seus fundadores e se tornou uma organização escalável, com processos replicáveis e performance sustentável.
Financiamento com responsabilidade
Ao contrário do que muitos imaginam, a EVEO não captou investimentos logo de cara. Vicente reforça que o foco, no início, foi gerar lucro e reinvestir. O primeiro aporte relevante veio mais tarde, via emissão de dívida estruturada na bolsa, com acompanhamento rigoroso de auditorias e governança.
Esse modelo ajudou a manter o controle da empresa nas mãos dos fundadores, enquanto garantiu capital para continuar a escalar operação em tecnologia com segurança e consistência.
Crescimento sem planejamento é caos. Crescimento com controle é escala.
Gestão de crise: o teste de fogo
A história da EVEO também inclui momentos de extrema dificuldade, como o ataque DDoS que deixou a empresa quase uma semana fora do ar. O impacto foi devastador: 30% da base de clientes foi perdida em um mês.
Mas foi nesse momento de crise que nasceu a empresa de hoje. Vicente transformou a dor em aprendizado e investiu pesado em segurança e estrutura. Hoje, a EVEO é referência em proteção de infraestrutura digital e virou modelo para concorrentes.
Esse episódio reforça outro ponto-chave: resiliência é uma das habilidades mais importantes para escalar operação em tecnologia. O caminho não será linear — e quem estiver melhor preparado emocional e estruturalmente, vai sobreviver.
Entenda seu ICP e foque nele
Outra lição fundamental que aparece ao longo do episódio é a clareza sobre o ICP — Ideal Customer Profile. Ao entender que seus clientes mais rentáveis eram empresas de tecnologia, a EVEO passou a construir soluções sob medida para esse público.
Focar em clientes que têm recorrência, alto potencial de crescimento e ticket médio elevado é uma estratégia básica, mas extremamente poderosa. Escalar não significa atender todo mundo — significa atender melhor quem faz sentido para o seu negócio.
A lição final: do fundador ao estrategista
Vicente Neto encerra o episódio com conselhos práticos para quem quer seguir o mesmo caminho:
Não comece pensando em investimento. Construa com o que tem e valide sua proposta de valor.
Trabalhe muito. Sábado, domingo, feriado. É isso que separa quem cresce de quem fica no caminho.
Contrate executivos. Não dá para escalar com uma equipe júnior — você precisa de gente que te puxe pra cima.
Hoje, a EVEO caminha para faturar R$ 500 milhões nos próximos cinco anos, com planos de expansão internacional. Isso tudo só foi possível porque a empresa investiu em estrutura, gestão e cultura — os três pilares para quem deseja escalar operação em tecnologia sem perder performance.
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